sábado, 27 de dezembro de 2008

2009 na área


Arrumando as malas para Porto.

Seguro ou não é para lá que eu vou.

Pensar na vida, com o coração....
Cuidar da alma e do corpo.
Vou beber e comer - novos sabores
Vou conhecer pessoas, desbravar lugares.
Vou em busca de Sal e Sol.
Vou em busca de renovação.
...
...
e como diz uma amiga, Hino de Porto :
"- Na sua boca eu viro fruta, chupa que é de uva, chupa que é de Uva, mas se enjoar, voce senta que é de menta, senta que é de menta...."
- Deus me Ajude.
Axé !!!
Feliz 2009.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Prosa Imoral

Mãe passando mal.
Condomínio dando pau.
Filha em estado de ebulição mental.
Trabalho caótico, sem fim, no meio desse temporal.
Todos falam do Natal.
Lula fala da Diarréia, e nesse caso tambem mental.
Eu aqui, fora da época entrando no Inferno Astral.
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Vamos às férias em geral.
Do namorado sentirei uma falta infernal
Da filha nem se fala, um caos interno literal
A mãe vai se acostumando à vida que é "Meu Bem, Meu Mal"
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Ao fim vou chegando dessa prosa imoral
Poderia ter sido algo mais visceral
mas escrever sobre a vida banal
é uma forma de encanto fenomenal.
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...
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Sem ansiolítico.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Ela Rodopiou, Ele Chegou

Ela rodopiava pela sala.
Ele chegou, tomou-a em um beijo.
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Arrepiada, pensou : O trânsito caótico dessa cidade às 18:00Hs, não é nada.
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Ao fundo : "Balança toda para andar, Balança até para falar, balança tanto que já até balançou meu coração, Balance mesmo que é bom, Do Leme até o Leblon..."
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Balançada ficou.
Na cama parou.
Rodopiando voltou, e acompanhada pelo samba, fez amor.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

O Quebra-Cabeças


Ela estava bem, tudo transcorria às mil maravilhas.
A rotina estava perfeita e ajustada.
Finalmente ela achou aquela peça velha do quebra cabeça que estava lá no fundo da gaveta.
Com o quebra cabeça de 1000 peças pronto, ela foi tomada por uma sensação de bem estar.
Rindo à toa.
Pensou de imediato :
- "Vou em uma loja de quadros, aqueles que fazem belas molduras, vou levar meu quebra-cabeças perfeito e vou montar um quadro".
...
Pensou em como ia transportar, se ia a pé, de carro, se colocava tudo em uma bolsa ou em uma mochila, tudo com muito cuidado, pois o quebra-cabeças era muito frágil, qualquer movimento mais brusco, poderia desmontar, talvez não desmontasse todo, mas se saísse uma peça, naquele momento, faria um estrago significativo, afinal de contas, ela finamente tinha acabado de achar a peça que faltava, nem seria justo estragar tudo.
...
Teve um pouco de dificuldade com o transporte, ignorou.
O tempo estava incerto, a previsão era de chuva forte, alguns trovões e quiçá tempestades, mas lá foi ela contra o movimento externo.
Ela só não contava com uma variável cruel, com a possibilidade dela mesma se embaraçar com aquele quebra-cabeças enorme na mão.
...
Pois bem, arrumou o quebra-cabeças em seu colo, em seu abraço, ajustou certinho e agarrou com tanta força como se aquilo fosse sua última chance de alguma coisa que nem ela mesma sabia explicar.
Foi em busca da chuva, abriu a porta, desceu as escadas e lá foi ela.
- Tchibummmmm no chão.
Estirada, chovendo-lhe (literalmente) sobre a cabeça, com as peças do quebra-cabeças para todos os lados apenas ouvia-se o grito :
- Nãoooooooooooo
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Ela não sabia por onde começar, se secava as lágrimas, se ajeitava a roupa, se catava as peças.
...
Como foi na rua, alguns transeuntes chutavam as peças e levavam para cada vez mais longe do alcance de suas mãos, alguns carros passavam por cima, danificando as peças que ela demorou tanto tempo para fixar.
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Naquele momento ela foi vendo o seu quebra-cabeças perfeito se desmoronando, e só pensava :
- Porque fui mexer com a peça velha do quebra-cabeças, porque não deixei na gaveta.
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Foi para casa triste, olhar melancólico, coração sem sossego, inquieta.
Passou aquela noite andando de um lado para o outro, bicho enjaulado, sensação de culpa, pensava :
- Como fui tropeçar, como fui tropeçar....
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O Dia seguinte chegou, acordou e a vida continuou, não adiantava ficar chorando pelo quebra-cabeças desmoronado e suas peças sabe-se lá por onde andavam.

Perfazendo, refazendo o caminho olhando para o chão, observou que o chão estava com marcas coloridas e essas marcas faziam formas, desenhos, lindos desenhos.
Se deu conta que as marcas eram do seu quebra-cabeças, talvez por conta da chuva - a água misturada às cores do quebra-cabeças que escorreram e marcaram o chão. Ao olhar pela via inteira, viu no chão vários desenhos, e que o quebra-cabeças de 1000 peças ficava muito mais bonito daquele jeito, em partes.
No chão, via-se 100 desenhos de 10 peças, nem eram tão uniformes assim, mas pareciam esculturas encaixadas pela natureza, com isso não brigavam entre si, desenhos e formas se encontravam e em sincronia conceituaram o belo, o simples.
Eram sintonizadas, cúmplices, muito mais do que aquelas 1000 peças encaixadas e ajustadas, em algumas vezes até forçosamente e sempre milimetricamente perfeitas.
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Ela conseguiu à tempo olhar a rua com atenção e enxergar o novo desenho que se formou e ao invés de querer um quebra-cabeças e de ficar procurando peças para encaixar tudo milimetricamente; Ela se deu conta de que o tempo aos poucos se encarrega de montar um, mesmo com chuva, mesmo com tropeços, naturalmente as peças se encaixam, vão encontrando sua forma, se alinhando, e em perfeita harmonia desenhando, construindo desenhos que a olho nú podem nem ser tão perfeitos assim, mas são tão ajustados que silenciosamente perfeitos se tornam.
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Reinventar-se.