domingo, 26 de julho de 2009

Nasci pela manhã

Nasci pela manhã
Um espírito virgem, meu coração está descarregado de paixões.
Volto para casa com tudo lavado por dentro e sigo cortando vales - de humor.
Ele me distrai (em pensamento) no meio desse amanhecer.
Se ele soubesse como me encanto feito serpente pelos movimentos dele, pelo discreto erguer das sobrancelhas
(me fazem estampar um crânio onde seria bom mergulhar)
- Quem sabe um dia eu conto para ele...

Me desamparo e me esqueço, me fragilizo sem volta, sem ar, sem nada.
Penso na minha burrice :
- Que entrega mais suicida, essa que me põe as duas mãos à frente num gesto de oferta
(Oferta essa que só eu sei)
Invariavelmente me apaixono até as quatro - e já são seis.
Agora são sustos e uma saudade do que não conheço
Vem como uma dor que não sei exatamente onde começa, mas sei onde termina : No meu coração.
Só de imaginar ele, me vem um carinho que posso jurar que meus avós sentiram um pelo outro, e os avós deles...
chamo isso de “carinho de ancestrais”.
- Um abraço
Esse sentimento está acumulado todo em mim desde o amanhecer desse dia.
Sugiro remédios a isso que me parece uma fraqueza - se durar, talvez eu me perca mais do que devia; talvez eu não me encontre nunca mais, talvez eu o perca, talvez eu estrague tudo.
Mantras, Rituais.
Escrevo.
Tomo um banho.
Penso.
Penso a sério e desconfio que tudo isso : A voz dele, os olhos dele - vai quase sempre, ou sempre, me atingir, sem que eu me possa defender, de novo.
E de novo. E de novo.

Nenhum comentário: